Biografia - Alaor Ribeiro
Dr. Alaor
Ribeiro
(Cadeira de
nº34, do IHG da Campanha)
Patrono: Dr. André Martins de Andrade.
Alaor Ribeiro, nascido em 26
de outubro de 1930, na cidade da Campanha, MG, filho de Ary Ribeiro e Amélia
Pereira, foi militar de carreira, advogado de renome, escritor e historiador
perspicaz, além de brilhante desportista, tendo sido um dos grandes destaques
do futebol da Campanha, na década de 50, com participação brilhante em todas as
equipes em que jogou, tanto em sua cidade quanto em muitas outras pelas quais
passou.
Alaor foi
criado por seu pai e madrasta, e pela avó Cândida Carolina Ribeiro, com
irrestrita ajuda de seus tios Nilton e Elza Serrano Ribeiro. No âmbito escolar,
cursou o básico no GEZO, Grupo Escolar Zoroastro de Oliveira; posteriormente, nos
idos de 1945 a 1948, Alaor, irrequieto desde a infância, e de rara
inteligência, sempre se misturava aos adultos e levava a sério seus estudos, no Ginásio
Diocesano, já administrado pelos Irmãos canadenses da Irmandade do Sagrado
Coração de Jesus, não se descuidando, nunca, e se classificando sempre entre os
primeiros alunos da turma; citam-se entre seus colegas, contemporâneos do
ginásio e alguns colegas de sala: Márcio Nogueira, Ronaldo Fleming Resende, Geraldo
Fleming, José César Villamarim, Aírton Costa Paiva, os irmãos Serrano,
Francisco, José e Geraldo, Vicente e Nelson Sério Lemes, Jair de Oliveira
(Monsenhor Paulo), entre outros. Seus professores, que lhe traziam mais
lembranças: Ernane Santar Paes, Dr. Nilton Val Ribeiro, Prof. Azevedo, Prof.
Francisco Mariano e Professora Dora Ayres.
Cursou e
concluiu, então, o curso ginasial no Ginásio Diocesano São João, em dezembro
de1948, paraninfado pelo Dr. Zoroastro de Oliveira Filho, então Prefeito
Municipal.
Com o diploma na mão, soltando-se
das amarras da família, deixou a sua querida Campanha na busca de seus sonhados
ideais. Engajou-se na Polícia Militar na cidade de Lavras, em 1949, certo que
ali estava o seu caminho à independência e realização. Nessa época de
incertezas, destacamos algumas palavras suas tiradas no seu premiado conto: “O
Poço dos Inconfidentes”: “Lá fui
eu, um dia, apenas com um diploma ginasial na mão, procurar a realização. A
luta não foi fácil! Depois de muito esforço, trabalho, e outros estudos,
consegui ser alguma coisa. Se não era o que eu queria pelo menos a minha sobrevivência
estava assegurada. Tomara a decisão imutável de somente voltar quando tivesse
alguma coisa para dela me orgulhar”.
A partir dessa
conquista, Alaor se dirigiu à
Capital do Estado, Belo Horizonte, e
lá iniciou a sua brilhante carreira militar, com longos anos de trabalho, e
inúmeras promoções, na Polícia Militar e na Secretaria de Segurança Pública do
Estado, sem jamais se descuidar de sua evolução cultural, social e, porque não,
físico-esportiva. Afundava-se nos livros e na leitura clássica e filosófica,
para seu aprimoramento intelectual e nos estudos das leis, visando a se tornar
um advogado, o que, no futuro, lhe garantiria montar um Grupo Advocatício
respeitável. E, além de todo esse esforço, no lazer ele era aplicado e jogador
de futebol, vindo a se destacar como atleta do América Futebol Clube, de Belo
Horizonte.
Morando na
capital e trabalhando na Polícia Militar, Alaor
casou-se em 1ªs núpcias, com Sílvia Ferreira dos Santos Ribeiro, de
Belo Horizonte, com quem teve os filhos: Ary, Aloísio, Ulisses, Alaor Ribeiro
Filho e Maria Sílvia Ribeiro. Separou-se de Silvia por volta de 1974, e
tendo-se mudado para Uberaba, casou-se, em 2ªs núpcias com Alba
Valladares de Vasconcelos Ribeiro, com quem teve os filhos Aluízio César Valadares
Ribeiro, Carlos Valadares Ribeiro e, também, as meninas Heloisa Helena e Renata
Valadares Ribeiro.
ALAOR faleceu na cidade de Uberaba, MG, em 17
de janeiro de 2007, vitimado por parada cardiorrespiratória e distúrbios
metabólicos.
Alaor, o Militar
Como militar,
iniciado na Polícia Militar de Lavras, em 1949, galgou postos em sua carreira
vitoriosa, ascendendo ao cargo de Coronel, no 5º Batalhão da Polícia Militar de
Minas Gerais, em Belo Horizonte, função em que se reformou em 1979. Na década
de 1950, pertenceu à guarda pessoal do então governador de Minas, Juscelino
Kubistchek. Como bacharel, advogado e militar, prerrogativas que o credenciavam
aos trabalhos de segurança pública, prestou concurso para Delegado, tendo sido
aprovado e indicado para a Delegacia de Polícia da cidade de Uberaba, no
Triângulo Mineiro, onde prestou serviços por mais de duas décadas.
Alaor, o Advogado
Como advogado, após
sua Reforma na Polícia Militar, em 1979, teve carreira brilhante; mantinha em
Uberaba seu escritório AVR – Advocacia Valladares Ribeiro, juntamente com sua
esposa Alba Valladares, também advogada. Além de causas cíveis e criminais, se
especializou em administração pública e teve participação ativa na área de
consultoria pública, prestando relevantes serviços jurídicos às prefeituras, e
Câmaras de Vereadores, de Uberaba, principalmente, e de cidades vizinhas, entre
elas: Prata, Frutal, Campo Florido, Iturama e Pirajuba. Grande
estudioso das Leis e aplicando todo seu conhecimento na Administração Pública,
deixou um vasto legado à Prefeitura e Câmara de Uberaba, destacando-se “A Lei Orgânica do Município da Uberaba,
Comentada”, adequando-a às exigências da grande cidade do Triângulo.
Também Campanha,
sua terra natal, se beneficiou de seus conhecimentos em administração pública,
quando, prestando importante consultoria à nossa Prefeitura e à Câmara da nossa
cidade, na década de 90, deixou uma obra de vulto, “A Lei Orgânica do Município da Campanha, Comentada”, de enorme significado
político, social e cultural para nosso Município.
Há um ponto bastante
importante a ser ressaltado na carreira deste advogado campanhense, de coração
aberto ao sofrimento dos humildes: ele era o “advogado dos desprovidos e injustiçados”, isto posto pelo tamanho
do seu coração e a devida importância que dava ao direito ao contraditório e à
ampla defesa, inclusive advogando junto às fileiras da PMMG, mesmo já
aposentado. Para estes desinformados e sem recursos, fazia um trabalho
filantrópico fantástico, solidário e gratuito.
Alaor, o Literato
ALAOR RIBEIRO estudioso das leis, da história, das religiões e das civilizações antigas, ostentava, também, em seu vasto currículo, cursos de História, Sociologia, Antropologia, além de Administração Pública.
No seu vasto currículo literário, constam inúmeros livros, centenas de crônicas, e inúmeros contos, muitos destes premiados em concursos literários de Minas e do Brasil.
Destacamos alguns,
à guisa de referência:
Araguari, MG.,
Academia de Letras e Artes. Trabalho apresentado: “Era maçom o Aleijadinho?”
- Primeiro lugar – 1981;
Araguari, MG,
Academia de Letras e Artes. Trabalho apresentado: “Desbravador do Sertão da Farinha
Podre - Domingos Rodrigues do Prado” - Segundo lugar – 1984;
Bragança
Paulista, SP, Associação dos Escritores. Trabalho apresentado: miniconto, “O
Poço do Alferes” - Primeiro lugar – 1992;
Grande Oriente Maçônico de Minas Gerais
- Belo Horizonte - Cinquentenário do Trabalho: “As cores negras do arco-íris,
Padre Belchior Pinheiro de Oliveira” - Primeiro lugar - 1995.
Alaor desenvolveu como articulista do
JM-Jornal da Manhã, de Uberaba, centenas de crônicas, ao longo de mais de 20
anos naquele jornal diário, crônicas que versavam sobre assuntos vários, mas,
principalmente, sobre a história, política e bons costumes;
Era filiado à Academia Uberabense de
Letras de Uberaba, mas não ocupava uma das cadeiras, por razões de votação e
questões regulamentares, mas era participante ativo;
Também era filiado da Maçonaria em
Uberaba, onde era Mestre Maçom da Augusta e Respeitável Loja Maçônica 20 de
Agosto Uberabense, ocupando ativamente o posto de Orador. Também ocupou cargos
na Maçonaria junto aos Corpos Filosóficos chegando ao grau 18° do Rito Escocês
Antigo e Aceito. Na Maçonaria expandiu seu conhecimento em filosofia e
história, tendo inúmeros trabalhos de relevância sobre grandes personagens de
nossa História.
Em Campanha, também, membro do Instituto
Histórico e Geográfico da Campanha; ocupante da cadeira de nº 34, cujo
predecessor foi o Dr. Martins de Andrade, foi escritor, tendo publicado
crônicas e artigos em revistas e jornais. Para Campanha deixou, também, um belo
estudo biográfico sobre o Padre Vítor: “Os Saraus de Padre Vitor”.
Em muitos de seus trabalhos literários,
principalmente aqueles inscritos em Concursos
Literários, que pedia o anonimato do autor, adotava o pseudônimo de “Mineira
Thriste”.
Alaor
Ribeiro, o Desportista
Como desportista Alaor Ribeiro foi um dos grandes destaques do futebol da Campanha,
principalmente nos anos 50, com uma participação brilhante em todas as equipes
em que jogou, tanto em sua cidade quanto em muitas outras pelas quais passou;
desfilou sua técnica e sua garra por grandes clubes de Minas Gerais. Foi, na
década de 50, um grande destaque do América F. C., de Belo Horizonte, clube que
defendeu com grande brilhantismo.
Aos
15 anos, ainda garoto, quando estudava no Ginásio São João, já mostrava seus
pendores futebolísticos e despontava como uma grande promessa. Seu pai, Ary,
foi um grande goleiro do S. C. São Pedro, nos anos 29, 30 e 31, como o fora seu
tio Synval, em 37 e 38, no formidável time do Comercial. Alaor, sem dúvida,
tinha por quem puxar e daria sequência na projeção do nome dos Ribeiro no
cenário esportivo campanhense e mineiro.
Às
tardes, no campo do Ginásio, o Sargento João Eugênio Machado (Instrutor de
Educação Física) comandava os meninos e rapazes na prática dos esportes, em
especial o futebol. Dentre os garotos, despontavam Alaor, Zé Picolé,
Fernando Maciel, Artur Beltrão e Guido. Quando meninos, Alaor e Zé Picolé, já
eram destaques nos campinhos de várzea, por eles frequentados, esparramados
pela cidade: Largo da Santa Casa, Cata do Jaime Fonseca, Várzea do Cid Ribeiro
e Várzea do Campo do Comercial.
Alaor, no Ginásio, começou a jogar nos
campeonatos internos, despontando com um futebol arte, com muita garra e
determinação. Jogou em 1947 no Clube Atlético Campanhense.
Em 1948, transferiu-se para Lavras,
ingressando na Polícia Militar, onde fez carreira. A partir de Lavras, onde
defendeu o Fabril F. C., seu primeiro Clube fora de Campanha, Alaor jogou em
muitos clubes de Minas Gerais, nas diversas cidades por onde passou, com
destaque para sua participação como profissional no glorioso América F. C., de
Belo Horizonte, onde teve uma passagem memorável, sagrando-se Campeão Mineiro,
em 1957. Lembramos aqui, tratar-se do mesmo Clube defendido com brilhantismo
pelo saudoso e extraordinário goleiro Dr. Nelson Dias Ayres, pelos idos de 20.
ALAOR veio a se
sagrar Campeão Mineiro por aquela agremiação em 1957. Ele foi um dos poucos
jogadores campanhenses a figurar no cenário esportivo mineiro como atleta
profissional. Jogou, ainda em sua juventude, em Campanha, em 1947 no Clube
Atlético Campanhense e, em 1953, no Palmeiras F. C. Em 1949, transferiu-se para
Lavras, ingressando na Polícia Militar, onde fez carreira. A partir de Lavras,
onde defendeu o Fabril F. C., seu primeiro Clube fora de Campanha, Alaor jogou
em diversos clubes de Minas Gerais, nas cidades por onde passou, com destaque,
como já citado, para sua participação no América Mineiro.
Entre os clubes em que ele jogou, alguns
deles com participações eventuais e pontuais, podemos, ainda, destacar a
Associação Esportiva de Paraguaçu (em sua
juventude); Camanducaia F. C.; Associação Esportiva de Bom Despacho,
Independente, de Abaeté, Pompeano, de Pompéu, Canápolis A. C., Dorense, de
Dores do Indaiá; o Sete de Setembro, o Santa Teresa e Barreiro, em Belo
Horizonte; Independente e Nacional, em Uberaba; e Fluminense de Araguari, entre
outros.
Jogador determinado, aguerrido,
excelente marcador, atuando sempre na defesa, ou como volante, dono de um
preparo físico invejável, Alaor sempre foi um baluarte das equipes em que
atuou.
“Alaor foi um dos poucos jogadores
campanhenses, se não o primeiro, a figurar no cenário esportivo mineiro como
atleta profissional”
.
ALAOR,
o Campanhense
ALAOR RIBEIRO foi, sem dúvida, um dos
grandes nomes da Campanha, mas, sobretudo, um homem de destaque no cenário
mineiro; um homem que sempre engrandeceu o nome da Campanha por onde quer que
tenha passado, principalmente por aquelas cidades em que mais tempo residiu,
Lavras, Belo Horizonte e Uberaba.
Como adendo
biográfico, permito-me recorrer a algumas de suas próprias palavras que
encerram o seu livro sobre a Lei Orgânica
do Município da Campanha Comentada, no tópico final, À Guisa de Epílogo, em que, após inúmeras considerações sobre as
grandes mudanças que ocorreram em nossa cidade, nas últimas décadas, ele
encerra com uma declaração inequívoca do amor que sempre teve pela nossa
Cidade:
“Esta é a Campanha que eu amo e sempre
amarei. Altaneira, poderosa, alheia aos conflitos sociais. Ela dá à nossa vida
um sentido maior. Não se envergonha da caridade, mas não se vangloria por ela.
Socorre a quem precisa e encontra a felicidade para os que procuram. Na
metáfora de auxiliar o necessitado é ela que cresce aos olhos de Deus. Busca
nas estrelas reluzentes o brilho divinal que seu amor nos pode dar. Vive feliz
porque auxilia pelo prazer de ajudar. Alguns pensam que ela se desfaz nas mãos
dos maus instrutores. Enganam-se, pois ela é mais forte que os enganadores.
Outros a tratam desumanamente, mas quem doa não apanha. Sua cultura é
inalienável”.
“Feliz de quem faz a travessia nesta terra
abençoada, porque seus padroeiros continuam de plantão”.
E concluímos: ALAOR RIBEIRO aqui fez
sua travessia, foi feliz e sempre se orgulhou de aqui ter nascido e vivido
grande parte de sua vida. Deixou marcas indeléveis, fez amigos e fez história.
Campanha, com toda certeza pode se orgulhar desse seu filho.
Algumas Homenagens:
2. Jornal Folha Campanhense, de Campanha, MG, na edição de fevereiro de 2007, através do Articulista Gerson Serrano Ribeiro:
3.
Jornal Folha Campanhense, de
Campanha, MG, na edição de fevereiro de 2007, através da Articulista Angélica
Andrés:
Algumas fotos de nosso homenageado
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