Gerson Serrano Ribeiro
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Foto: arquivo pessoal - Gerson S. Ribeiro |
GERSON SERRANO RIBEIRO: Engenheiro Eletricista, aposentado, nasceu em Campanha, MG, em 08 de abril de 1948, filho do Comendador Nilton Val Ribeiro e de Elza Serrano Ribeiro, já falecidos. Casado com Helena Márcia Nani Ribeiro, também campanhense, tem 03 (três) filhos, Flávia Ribeiro Foresti (44), André Luiz Nani Ribeiro (42) e Victor Val Nani Ribeiro (33).
Concluiu seu curso de formação primária no extinto Externato Santa Terezinha do Menino Jesus, dirigido pela Professora Rita Araújo, em 1959. Concluiu o curso ginasial no Ginásio Diocesano São João, da Campanha, MG, em 1963. Cursou o primeiro e segundo ano científico no Colégio Marista, de Varginha, MG, em 1964 e 1965; concluiu esse curso científico no Colégio São José, de Pouso Alegre, MG, em 1966. Iniciou seu curso de Engenharia em 1968, na UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, MG, fazendo opção pela Engenharia Elétrica em 1970, vindo a ser diplomado em dezembro de 1972.
Iniciou sua carreira profissional, atuando como Engenheiro Eletricista, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da USIMINAS – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais, na cidade de Ipatinga, MG. Ali exerceu as funções de Engenheiro de Manutenção, atuando como coordenador e supervisor de Manutenção Elétrica e Eletrônica, da Divisão de Instrumentação e de Desenvolvimento de Equipamentos. Quando da privatização da empresa, em 1991, foi promovido a Gerente desta mesma divisão, cargo que ocupou até se aposentar, em 31 de dezembro de 1997.
Na Usiminas, ao longo de toda a vida profissional, teve a oportunidade de participar de inúmeros estágios, seminários técnicos, congressos e cursos de extensão e de especialização, no Brasil e no exterior, podendo ser destacado o Estágio Técnico em Instrumentação, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da STELCO–Steel Company of Canada, em 1980, em Hamilton/Toronto, e o Estágio Técnico Administrativo, voltado para administração de Pesquisa de Instrumentação e Desenvolvimento de Equipamentos, na British Steel Co., em Middlesborough, na Inglaterra, em 1994. Trabalhou na Usiminas durante 25 anos, vindo a se aposentar em 31 de dezembro de 1997.
Atividades Extras:
Na área de apoio ao Esporte, atuou de 1996 a 2002 como Diretor do Departamento de Natação da USIPA, clube de Ipatinga, amparado pela Usiminas, voltado para a formação de atletas desde os 5 anos, categoria mirim e infantil, até o nível juvenil, de 15 a 16 anos. Durante sua gestão à frente deste departamento, como destaque, acompanhou de perto a evolução da nadadora ipatinguense Flávia Delaroli, que viria a participar de várias Olimpíadas representando a equipe de natação do Brasil.
Atuou como conselheiro no Conselho Curador da FCCP, Faculdades vinculadas a UEMG, Campus Campanha, de 2005 a 2013. Na área jornalística, em Ipatinga, atuou como articulista eventual no Jornal da APAN - Associação de Pais e Amigos da Natação, da Usipa, e como assessor de informações técnicas do Centro de Pesquisas da Usiminas, na seleção e qualificação de artigos técnicos e científicos a serem publicados no Usiminas Jornal.
Em Campanha, desde 2005, vem atuando como colaborador e eventual articulista do jornal Folha Campanhense.
Participou, de 2015 a 2016, do projeto “Acervo da Memória Campanhense”, voltado ao resgate da História Campanhense, de iniciativa do campanhense Giovanni Eldasi, projeto esse, que prometia grande alcance histórico e cultural, interrompido e extinto, precocemente, pelo próprio idealizador.
É registrado no Cadastro de Registro Profissional, do MTPS - Ministério do Trabalho e da Previdência Social, como Jornalista, obtendo sua carteira-licença, sob o nº 0019565/MG, em junho de 2015, principalmente por participação como articulista na Folha Campanhense. Registro intermediado e documentado pela Vérsila Educacional, empresa de Giovanni Eldasi, voltada a trabalhos de digitalização da informação e de Bibliotecas.
Na área literária, foi responsável pela pesquisa, compilação, revisão e publicação dos trabalhos literários de Nilton Val Ribeiro, antigo membro do IHG (Cadeira 47), através dos Livros: Homenagens Mil.. (Poesias) e Discursos e Crônicas, publicados pelas editoras O Lutador e 3iEditora, de Belo Horizonte, respectivamente, em 2013 e 2015, ambos lançados nas FLIC’s daqueles anos.
Em 05 de março de 2020, foi diplomado e tomou posse no Instituto Histórico e Geográfico da Campanha, ocupando a Cadeira de nº 34, na vaga do Dr. Alaor Ribeiro, cujo Patrono é o Dr. André Martins de Andrade.
Como “hobby”, é Filatelista desde 1962, quando iniciou aos 14 anos, colecionando selos do Brasil, com ênfase nos selos comemorativos.
DISCURSO DE IMERSÃO NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
CADEIRA Nº 34 - DR. ANDRÉ MARTINS DE ANDRADE
EVOCAÇÃO: DR. ALAOR RIBEIRO
Boa Noite a todos!
Ilmo. Sr. Ronald Ferreira, D.D.
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Campanha, meus cumprimentos
por esta iniciativa de Revitalização deste tradicional Sodalício. Neste
cumprimento à sua pessoa, me permita estendê-lo aos demais membros deste
Instituto.
Exma. Sra. Helena
Márcia Ribeiro, minha querida esposa, que prestigia esta cerimônia de posse,
meu especial abraço, o qual estendo a todos os campanhenses aqui presentes,
familiares e amigos.
Meus caros pares, a partir de hoje, do
Instituto Histórico e Geográfico.
Foi com imensa alegria, que recebi o
convite para me associar a este sodalício. Meu nome desvalido, trazido à tona
para compor com nomes tão fortes e tão mais importantes que o meu, e que se
destacam na condução dos destinos da história da Campanha, me deixou preocupado,
mas, aceitei o desafio e aqui estou, para junto com tantos abnegados, dar
continuidade a este trabalho de revitalização do nosso Instituto Histórico.
Na escassez do tempo definido para cada
fala, passo direto a cumprir o rito regimental do Instituto que versa sobre a
evocação do Historiador que me antecedeu na Cadeira de nº34: o Dr. Alaor Ribeiro.
Esta Cadeira 34, de enorme
significância histórica, ocupada anteriormente por brilhantes jurisconsultos,
desde seu Patrono, o Desembargador Dr. André de Martins Andrade, posteriormente
ocupada por seu filho Dr. Martins Andrade e, por último, pelo Dr. Alaor
Ribeiro, também brilhante advogado, me assusta, mas, ao mesmo tempo, me
incentiva a continuar a trilha destes ilustres campanhenses.
Tive imensa alegria em ter sido
designado para substituir o Dr. Alaor Ribeiro.
Parente próximo, primo direto, grande
amigo, e, se tivéssemos contemporaneidade, teríamos convivido como irmãos, uma
vez que ele passou grande parte de sua infância na casa de meus pais. Este
prazer tiveram meus irmãos mais velhos. Sempre que Alaor vinha a Campanha, eu
me enturmava com ele, junto com meus irmãos e primos, e nos divertíamos em
pescarias, degustávamos bons vinhos e boas conversas rolavam. Um período que
muito me marcou.
Para cumprir o tempo de fala, vou
abordar, de modo resumido, apenas alguns aspectos interessantes e que julgo
mais importantes na vida de meu predecessor.
- um resumo de sua vida;
- o literato;
- o desportista;
- o Campanhense
Para uma incursão mais profunda na vida
deste grande campanhense, que foi Alaor Ribeiro, deixo para o Acervo do IHG, um
modesto trabalho biográfico realizado com muito carinho, com muita dedicação,
com a ajuda de seus filhos residentes em Uberaba, e que espero ser apropriado
para quem quiser conhecer mais a fundo a sua história, suas inúmeras qualidades
e facetas. Sem contraindicação: É adequado tanto para as gerações atuais quanto
para as futuras.
- Um resumo de sua vida;
Alaor Ribeiro nasceu em 26 de
outubro de 1930, na Campanha, filho de Ary Ribeiro e Amélia Pereira, foi
militar de carreira, advogado de renome, escritor e historiador, além de
brilhante desportista.
Ele foi criado por seu pai e madrasta, Líbia, e pela avó Cândida Ribeiro,
com irrestrita ajuda de seus tios Nilton e Elza Serrano Ribeiro.
Cursou
e concluiu o ginasial no Ginásio São João, em dezembro de1948.
Alaor
se engajou na Polícia Militar, em 1949, em Lavras, certo que ali estava o seu
caminho à independência e realização.
Casou-se em 1ªs
núpcias, com Sílvia dos Santos, de Belo Horizonte, com quem teve os filhos:
Ary, Geraldo, Ulisses, Alaor Ribeiro Filho e Maria Sílvia Ribeiro. Separou-se
de Silvia em 1974, e tendo se mudado para Uberaba, casou-se, em 2ªs
núpcias com Alba Valladares Ribeiro, com quem teve os filhos Aluízio César,
Carlos e as meninas Heloisa Helena e Renata Valadares Ribeiro.
ALAOR faleceu em
Uberaba, em 17 de janeiro de 2007, vitimado por parada cardiorrespiratória e
distúrbios metabólicos.
- O literato;
ALAOR RIBEIRO foi
um estudioso das leis, da história, das religiões e das civilizações antigas;
ostentava, também, em seu vasto currículo, cursos de História, Sociologia,
Antropologia, além de Administração Pública.
Exerceu
também o Magistério, tendo sido professor de educação física no Colégio
Tiradentes e professor universitário, no curso de Direito, nas Faculdades Integradas
do Triângulo Mineiro, hoje UNIUBE Universidade de Uberaba.
Foi,
ainda, diretor de Patrimônio da Universidade de Uberaba e membro do Conselho do
Patrimônio Histórico de Uberaba.
No seu
currículo literário, constam inúmeros livros, crônicas, e inúmeros contos,
muitos destes premiados em concursos literários de Minas e do Brasil.
Articulista do Jornal da Manhã, de
Uberaba, desenvolveu centenas de crônicas, ao longo de mais de 20 anos naquele
jornal, crônicas que versavam sobre assuntos vários, mas, principalmente, sobre
a história, política e bons costumes;
Para Campanha deixou, também, um belo trabalho
sobre o Padre Vítor: “Os Saraus do Padre Santo” e a “Lei Orgânica do Município – Comentada”.
- O desportista;
Alaor foi um dos
grandes destaques do futebol da Campanha, principalmente nos anos 50, com uma
participação brilhante em todas as equipes em que jogou, tanto em nossa cidade,
quanto em muitas outras pelas quais passou; desfilou sua técnica e sua garra
por grandes clubes de Minas Gerais. Foi, na década de 50, um destaque do
América, de Belo Horizonte, clube que defendeu com brilhantismo, tendo sido
Campeão Mineiro em 1957; lembramos aqui, tratar-se do mesmo Clube defendido com
brilhantismo pelo saudoso e extraordinário goleiro Dr. Nelson Dias Ayres, pelos
idos de 20.
Em 1949, a partir de Lavras, onde
defendeu o Fabril, seu primeiro Clube fora de Campanha, Alaor jogou em muitos
clubes de Minas Gerais, nas cidades por onde passou. Em Campanha, em 1947 jogou
no Atlético Campanhense e, em 1953, no Palmeiras. Defendeu, posteriormente
amadoristicamente:
Esportiva de Paraguaçu; Camanducaia F.
C.; Esportiva de Bom Despacho, Independente, de Abaeté, Pompeano, de Pompéu,
Canápolis A. C., Dorense, de Dores do Indaiá; Sete de Setembro, Santa Teresa e
Barreiro, de Belo Horizonte; Independente e Nacional, de Uberaba; e Fluminense
de Araguari, entre outros.
Jogador determinado, aguerrido,
excelente marcador, atuando sempre na defesa, ou como volante, dono de um
preparo físico invejável, sempre foi um baluarte das equipes em que atuou.
“Alaor foi um dos poucos jogadores
campanhenses, se não o primeiro, a figurar no cenário esportivo mineiro como
atleta profissional”.
- O Campanhense
ALAOR RIBEIRO foi, sem dúvida, um dos
grandes nomes da Campanha, mas, sobretudo, um homem de destaque no cenário
mineiro; um homem que sempre engrandeceu o nome da Campanha por onde tenha ele passado,
principalmente por aquelas cidades em que mais tempo residiu: Lavras, Belo
Horizonte e Uberaba.
Como adendo,
permito-me recorrer a algumas de suas próprias palavras que encerram o seu
livro sobre a Lei Orgânica do Município
da Campanha Comentada, no tópico, À
Guisa de Epílogo, em que, após inúmeras considerações sobre as grandes
mudanças que ocorreram em nossa cidade, nas últimas décadas, ele encerra com
uma declaração inequívoca do amor que sempre teve pela nossa Cidade:
“Esta é a Campanha que eu amo e sempre
amarei. Altaneira, poderosa, alheia aos conflitos sociais. Ela dá à nossa vida
um sentido maior. Não se envergonha da caridade, mas não se vangloria por ela.
Socorre a quem precisa e encontra a felicidade para os que procuram. Na
metáfora de auxiliar o necessitado é ela que cresce aos olhos de Deus. Busca nas
estrelas reluzentes o brilho divinal que seu amor nos pode dar. Vive feliz
porque auxilia pelo prazer de ajudar. Alguns pensam que ela se desfaz nas mãos
dos maus instrutores. Enganam-se, pois ela é mais forte que os enganadores.
Outros a tratam desumanamente, mas quem doa não apanha. Sua cultura é
inalienável”.
“Feliz de quem faz a travessia nesta terra
abençoada, porque seus padroeiros continuam de plantão”.
E concluímos: ALAOR RIBEIRO aqui fez
sua travessia, foi feliz e sempre se orgulhou de aqui ter nascido e vivido
grande parte de sua vida. Deixou marcas indeléveis, fez amigos e fez história.
Campanha, com toda certeza pode se orgulhar deste seu filho.
Obrigado a todos!
Campanha, 05 de Março de 2020
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